Para quem não conhece e/ou não viu o programa Grande Reportagem da SIC na semana passada apresento-vos o "Finuras", o Herói de Setúbal, e seu cartão de visita.
No dito programa falava-se daquele tipo de personagem que todos conhecemos. Porque em todos os bairros existe um "maluco". No meu bairro tínhamos o Zé, digo tínhamos porque infelizmente o Zé já não anda por cá. Entre outras características o Zé não sabia ler nem escrever, mal sabia falar, era difícil perceber o que queria dizer e o Zé falava pelos cotovelos. Andava sempre com uma caneta e um bloco de notas, era adepto fervoroso doBelenenses, tinha sempre debaixo do braço um jornal desportivo bem amarrotado e quando me apanhava abria o dito cujo e apontava para uma foto para eu lhe ler o texto correspondente(obviamente que eram sempre textos relacionados com o seu Belenenses). Tomava 50 cafés por dia e fumava 5 maços de tabaco no mesmo dia (Português Suave sem filtro se não estou em erro). Toda a gente o conhecia, toda a gente lhe pagava um café ou lhe dava uma moeda e toda a gente sentia um carinho especial por ele. E por enquanto ainda não apareceu por lá um substituto á altura. Mas, voltando ao Francisco Finura e á reportagem da SIC, de toda a reportagem ficaram-me 2 singulares frases na cabeça. Duas pérolas.
A primeira é a descrição da sua especialidade enquanto homem dos mil oficios:
"Operário especializado em trabalhos não especializados"
Está lá tudo tudo bem explicado, em cada palavra.
A segunda (e a que me chamou especialmente á atenção)é a mais pura das verdades neste mundo cão em que vivemos. Só não vê isso quem não quer.
"Eu sou maluco mas eu sei, tu és mas não sabes !"
Sim Francisco, tu, mais do que todos nós, tens a virtude da sabedoria e da verdade.
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